Investir ou pagar dívidas? O que vem primeiro?

Se você tem dívidas e, ao mesmo tempo, está pensando em começar a investir, é bem provável que essa pergunta já tenha passado pela sua cabeça: “Devo investir ou pagar dívidas primeiro?”. Essa é uma das maiores dúvidas financeiras de quem quer sair do aperto e começar a construir um futuro mais seguro. E a resposta não é simples, porque depende de vários fatores: tipo de dívida, taxa de juros, valor da parcela, sua renda atual, entre outros.

Neste artigo, vamos ajudar você a encontrar a resposta certa para o seu caso. Vamos apresentar cenários diferentes, comparar vantagens e desvantagens de cada estratégia, e mostrar caminhos práticos para você finalmente sair do ciclo da dívida e começar a investir com segurança. Prepare-se para entender, de uma vez por todas, o que vem primeiro: investir ou pagar dívidas.

O impacto das dívidas na sua saúde financeira

Antes de tomar qualquer decisão, é essencial entender como as dívidas afetam sua vida financeira. As dívidas, principalmente as de juros altos, atuam como um buraco negro: sugam uma parte significativa da sua renda e impedem que você consiga acumular riqueza.

Juros compostos contra você

Se você tem uma dívida no cartão de crédito ou no cheque especial, é quase certo que está pagando juros superiores a 10% ao mês. Agora, pense: onde você conseguiria um investimento que renda 10% ao mês com segurança? Não existe. Ou seja, manter esse tipo de dívida e investir ao mesmo tempo é como tentar encher um balde furado.

Dívidas boas x dívidas ruins

Nem toda dívida é igual. Uma dívida com juros baixos, como um financiamento estudantil ou imobiliário, pode ser considerada “boa” se foi feita com planejamento e não compromete demais seu orçamento. Já as dívidas de cartão, cheque especial e empréstimos emergenciais com juros altos são chamadas de “ruins”. São essas que você precisa atacar primeiro.

Quando pagar dívidas é prioridade absoluta

Dívidas com juros maiores do que qualquer investimento

Se a taxa de juros da sua dívida é maior do que o rendimento que você conseguiria em qualquer aplicação financeira conservadora (como Tesouro Selic ou CDBs), a decisão é clara: priorize a quitação da dívida.

Risco de inadimplência

Está com o nome sujo ou ameaçado de negativar? Isso afeta diretamente seu acesso a crédito e seu score, dificultando inclusive a chance de renegociar a própria dívida. Pague antes que piore.

Impacto emocional

Viver com dívidas tira o sono, gera estresse, e afeta a saúde mental. Resolver isso é também uma forma de investir em qualidade de vida.

Quando faz sentido investir mesmo com dívidas

Dívidas sob controle e com juros baixos

Se você tem uma dívida de longo prazo, com juros baixos e parcelas dentro do seu orçamento, como um financiamento imobiliário, pode ser interessante começar a investir mesmo antes de quitá-la. A ideia aqui é criar patrimônio paralelamente.

Reserva de emergência

Mesmo quem tem dívidas precisa de uma reserva de emergência. Isso evita que imprevistos obriguem você a se endividar mais. Nesses casos, vale a pena investir pequenos valores para construir essa reserva, mesmo enquanto paga as dívidas.

Renda extra com investimentos

Alguns investimentos, como fundos imobiliários, podem gerar renda passiva. Dependendo do caso, investir parte do dinheiro pode aliviar o peso das parcelas ou acelerar a quitação.

Estratégia: pagar e investir ao mesmo tempo

Para quem quer fazer as duas coisas, há uma forma equilibrada. A ideia é dividir seu orçamento entre pagamento de dívidas e pequenos investimentos.

Regra 80-20

Use 80% do valor que sobra para pagar dívidas e 20% para investir. Assim, você cria o hábito de investir e mantém o foco na quitação.

Renegociação é essencial

Entre em contato com seus credores, tente reduzir juros, alongar prazos ou trocar dívidas caras por mais baratas. Isso libera fôlego no orçamento para começar a investir.

Invista com segurança

Priorize investimentos conservadores, como Tesouro Direto Selic ou CDBs com liquidez diária. Evite correr riscos quando ainda não está 100% livre das dívidas.

Exemplos

  • Ana estava com R$ 8.000 em dívidas no cartão. Decidiu pausar qualquer investimento e quitar tudo em 5 meses. Hoje, aplica R$ 500 todo mês.
  • Lucas tinha um financiamento estudantil e começou a investir R$ 100 mensais em um Tesouro Direto, mantendo o pagamento da dívida. Criou uma reserva e ganhou confiança.

Qual é a prioridade, afinal?

A resposta para a pergunta “Investir ou pagar dívidas?” depende do tipo de dívida, do seu perfil e do seu planejamento. Mas a regra geral é: se os juros da dívida forem maiores que os rendimentos do investimento, pague a dívida primeiro. Se forem baixos, e você tiver controle, avalie a possibilidade de investir paralelamente.

O mais importante é ter clareza financeira e disciplina. Comece com o que tem, onde está. Organize suas contas, estabeleça metas, e siga um plano realista. Com tempo, você vai conquistar estabilidade e liberdade financeira.

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